Wise ou Nomad: qual o melhor cartão em dólar após as novas regras do IOF?

Quer saber qual o melhor cartão em dólar para usar no exterior em 2025? Com a nova alíquota unificada do IOF, usar contas internacionais ficou mais caro, mas ainda pode ser mais vantajoso do que o cartão de crédito tradicional.
Dessa forma, a dúvida continua a mesma de antes: Wise ou Nomad, qual a melhor opção de cartão internacional pré-pago?
Entenda as empresas, conheça as diferenças entre elas e as vantagens e desvantagens de cada uma para o uso em dólar, seja nos Estados Unidos ou em outros países onde a moeda é forte.
O que mudou no IOF em 2025?
Desde 23 de maio de 2025, o IOF passou a ter alíquota única de 3,5% para diversas operações cambiais. Veja os principais impactos:
- Cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais: agora todos têm IOF de 3,5%.
- Compra de moeda em espécie: também passou a ter 3,5%.
- Remessas para contas no exterior de mesma titularidade: como as feitas para Wise ou Nomad, agora pagam 3,5%.
Na prática, ficou mais caro mandar dinheiro para sua conta internacional, mas ficou mais barato do que usar cartão de crédito, que antes tinha IOF de 6,38%. A mudança equilibrou o jogo — e agora a análise entre as opções ficou ainda mais relevante.
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Qual é mais fácil para abrir conta, Wise ou na Nomad?
Wise
A abertura da conta é 100% online, feita via site ou app. Basta ter CPF e um documento com foto. Após a verificação, você ganha acesso a uma conta multimoeda, com dados bancários locais em dólar, euro, libra e outras moedas. Ideal para quem trabalha ou recebe em várias moedas.
Nomad
A conta também é aberta via app, com verificação rápida de identidade. Você passa a ter uma conta americana em dólar, com número de roteamento e conta válida nos EUA. Tudo sem sair do Brasil e sem custo de manutenção.
Cartão Wise vs. Cartão Nomad: qual funciona melhor?
Wise
O cartão da Wise é aceito em mais de 150 países e opera com saldo multimoeda. Você pode pagar diretamente em dólar, euro, libra, iene e outras moedas, sem precisar converter na hora. Se não houver saldo na moeda usada, a Wise converte automaticamente da moeda com menor custo para você.
Além disso, o cartão funciona com Apple Pay e Google Pay, o que é prático para quem viaja com o celular.
Nomad
O cartão da Nomad também é aceito em mais de 180 países, mas funciona exclusivamente em dólar. Fora dos EUA, qualquer transação em outra moeda será convertida para dólar pela bandeira do cartão (Mastercard), o que pode gerar uma conversão menos vantajosa.
Nos Estados Unidos, porém, o cartão Nomad brilha: tudo acontece direto em dólar, sem conversões ou surpresas.
Tarifas e taxas de câmbio
Wise
A Wise cobra uma taxa de conversão que varia conforme a moeda e o valor, geralmente entre 0,43% e 1%. O câmbio utilizado é o comercial real e atualizado em tempo real. Com o novo IOF, somam-se os 3,5% obrigatórios sobre a remessa.
Mesmo com o IOF, a Wise costuma sair mais barata que bancos tradicionais, e a transparência é um dos grandes diferenciais da plataforma. Conheça as tarifas e preços da Wise na tabela, o que facilita muito o entendimento.
Nomad
A Nomad também usa o câmbio comercial, mas aplica um spread entre 1% e 2%. Quanto mais você movimenta, menor é essa taxa. O IOF de 3,5% também se aplica no momento da conversão.
Usuários novos costumam receber promoções com taxa zero na primeira remessa, o que é ótimo para quem está começando.
Como carregar o saldo em dólar?
Wise
Você pode transferir reais por PIX, TED, boleto ou até cartão. A conversão é feita na hora, com total transparência. Você pode escolher em qual moeda deixar o saldo guardado e fazer a conversão só quando a cotação estiver favorável.
Nomad
Na Nomad, o carregamento é feito via transferência bancária ou PIX. Você transfere em reais, e o valor é convertido em dólar diretamente para sua conta americana. Não há como carregar com cartão, o que limita um pouco a agilidade.
Saques no exterior
Wise
A Wise permite dois saques gratuitos por mês, com limite total de R$ 1.400. Depois disso, cobra uma taxa fixa de R$ 6,50 por saque + 1,75% sobre o valor excedente. Funciona em qualquer caixa eletrônico com bandeira Mastercard.
Nomad
A Nomad oferece saques gratuitos ilimitados na rede MoneyPass (EUA). Fora dessa rede ou em outros países, os dois primeiros saques são gratuitos; a partir do terceiro, cobra-se US$ 5 por saque.
Para quem vai aos EUA com frequência, o benefício da MoneyPass é um diferencial importante.
Serviços adicionais: Wise vs. Nomad
Wise
Foco total em transações multimoeda. É ideal para freelancers, nômades digitais, viajantes frequentes e quem precisa fazer ou receber pagamentos em diferentes moedas. Não possui serviços de investimento.
Nomad
Vai além: oferece investimentos nos EUA. Dá para comprar ações, ETFs e ativos de renda fixa diretamente pelo app. Ideal para quem quer guardar dinheiro em dólar ou diversificar seu portfólio fora do Brasil.
Tabela comparativa: Wise ou Nomad?
Recurso | Wise | Nomad |
---|---|---|
Tipo de conta | Multimoeda | Em dólar (EUA) |
IOF sobre remessa | 3,5% | 3,5% |
Taxa de conversão | 0,43% a 1% | 1% a 2% (ou zero em promoções) |
Moedas aceitas | +40 moedas | Apenas dólar |
Cartão internacional | Sim, multimoeda | Sim, apenas em dólar |
Saques grátis no exterior | 2 por mês (até R$ 1.400) | 2 fora dos EUA / ilimitados nos EUA |
Recarga com cartão | Sim | Não |
Investimentos | Não | Sim |
Apple Pay / Google Pay | Sim | Sim |
Ideal para | Diversas moedas e viagens variadas | EUA, compras em dólar, investimentos |
Qual cartão em dólar vale mais a pena em 2025?
A escolha entre Wise e Nomad depende do seu perfil e dos seus objetivos:
- Se você viaja para diferentes países, recebe em moedas diversas ou quer evitar conversões com custo, a Wise é mais vantajosa. O suporte a mais de 40 moedas e a política de tarifas transparentes tornam essa conta ideal para quem precisa de flexibilidade.
- Se o foco é comprar em dólar, viajar aos EUA ou investir no mercado americano, a Nomad se destaca. O cartão funciona muito bem em território americano, e a possibilidade de investir diretamente nos EUA é um diferencial relevante.
Ambas as contas são seguras, sem taxas de manutenção, fáceis de usar e continuam mais econômicas que bancos e cartões convencionais, mesmo com o novo IOF.
Alternativas ao Wise e Nomad: cartões com IOF reduzido
Embora Wise e Nomad ainda sejam opções muito vantajosas para quem precisa usar dólares no exterior, existem outras soluções interessantes no mercado, especialmente para quem quer economizar no IOF. Alguns bancos brasileiros oferecem cartões internacionais vinculados a contas em dólar, com um diferencial importante: mantêm o IOF de 1,1%, mesmo após a mudança para 3,5% nas demais operações.
Essa condição é possível porque essas contas são estruturadas como remessas para conta própria no exterior, o que, por enquanto, ainda se enquadra na alíquota mais baixa.
BTG Pactual – Cartão com benefício de IOF
Os cartões Black e Ultrablue do BTG Pactual, com o benefício de IOF ativado, são uma solução para quem quer manter dólares em uma conta no exterior, com a vantagem de IOF reduzido. Com ele, a compra é feita conforme o novo IOF, mas o cliente recebe um “cashback” relativo ao benefício, de forma que o valor final cobrado seja de 1,1%.
Banco do Brasil – Ourocard Global e Cartão com benefício de IOF
O Banco do Brasil também oferece uma alternativa similar com o Ourocard Global. O cartão é recarregado em dólar, e o valor é enviado para uma conta no exterior em nome do próprio cliente. Como a operação é classificada como remessa de mesma titularidade, o IOF permanece em 1,1%.
A recarga é feita via aplicativo, e o câmbio costuma ser próximo ao comercial. O cartão é emitido em parceria com uma instituição internacional e funciona como um cartão pré-pago em dólar, aceito em diversos países e sites estrangeiros. O BB também oferece um cartão com benefício de IOF de 1,1% para compras internacionais, similar ao do BTG.
Outras opções em avaliação
Além de BTG e Banco do Brasil, outros bancos e corretoras estão começando a oferecer soluções semelhantes, inclusive fintechs que operam com contas em dólar ou euro via instituições parceiras. No entanto, é importante verificar se o IOF de 1,1% realmente se aplica, já que isso depende da forma como a conta é estruturada e registrada no Banco Central.
Vale sempre confirmar as condições atualizadas com o banco antes de abrir conta ou fazer transferências.